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sexta-feira, setembro 16, 2005

A FOTO E O SOM NO JORNALISMO (Inflexao)

A apresentação de testemunhas sempre acompanhou os grandes discursos desde os oradores homéricos da idade clássica aos dias hodiernos. Juntar uma foto num texto jornalístico é para além de complementar a informação nele prestada, também uma forma de testemunhar. De dizer estive lá. É o mesmo que se passa na Rádio quando se entrevistam intervenientes de um facto.

Um dos debates actuais ao nível das redacções é sobre a relação existente entre a Foto e o texto jornalístico nos jornais e o texto e os registos magnéticos nas Rádios.

A nível da imprensa, jornalistas e editores de fotografia questionam-se sobre o papel da Foto como complemento do texto ou até como substituto da palavra escrita.

"Há Fotos que 'matam'. Imagens que revelam aquilo que a palavra nunca seria capaz de descrever"1. Porém, há aquelas que contradizem a narração e é esta contrariedade que cria o debate.

Na imprensa ainda é válido o provérbio chinês que reza que " Uma boa imagem diz mais do que mil palavras", que dizer, porém, do papel e da força da palavra falada (registo Magnético) na Rádio. _Chegará esta um dia a substituir o clássico texto herdado da imprensa?

A resposta é obviamente Não. Na Rádio o texto sem palavra* é oco, tal acontece com o som sem texto. Daí que o debate actual ao nível das redacções de Rádio centra-se no papel do RM (Registo Magnético) numa peça jornalística.
Elemento credibilizante da narração, como a Foto num jornal, o RM deve ser usado com parcimónia. Sons longos desviam a atenção. Porém, sons curtíssimos mutilam a percepção.

_Que tal situá-los entre os trinta segundos e um minuto, a contar com a importância do assunto ou de quem fala? O mesmo que se passa na imprensa onde se recomenda a evitar a Foto como "tapa-buracos" na Rádio o som não deve servir para "encher". É um elemento imprescindível à "feitura de Rádio" cuja missão é testificar, credibilizar os textos e confirmar.

Se assim for, HÁ COMUNICAÇÃO.


Luciano Canhanga


1-Wemans- in "O público em Público, pag. 37
* Palavra no sentido de Registo Magnético.


3 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

É realmente uma questão ainda polémica, na medida em que deveremos saber a importância dos factos mas evitando subjectividade, ou seja deixar de lado a importância dos facto só para mim e depois para os demais, na medida em que trabalhamos para todas as camadas sociais, independentemente da opção de vida de cada um.
Ainda assim eu ficava mesmo por um minuto de RM, digo isso porque lido com registos magnéticos no meu dia a daia. É um assunto para reflectirmos.
Um abraço da Kieza Silvestre

Anónimo disse...

EU acredito que a medida que o tempo vai passando as alterações vão nos surpriendendo cada vez mais em função do incurtar das distâncias por segundos de tempo. Preocupa-me é o facto de os timings muitas vezes não corresponderem a importãncia da notícia ou da selebridade de quem as profere ,mas sim a importancia ou o impacto que o jornalista quer que ela crie ou seja a intenção de fazer aparecer muitas vezes pessoas já desaparecidas.