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sábado, julho 29, 2006

PRÉ-MATRIMONIAL


_Se um dia antes do casamento os homens fazem a "festa de despedida de solteiro", e alguns se envolvem com a última namorada ou ex-namorada: o que fazem as noivas horas antes do casamento, uma vez que normalmente noivo e noiva não se vêem antes do encontro na conservatória e ou igreja?




Por: Soberaqno Canhanga

A FORÇA DA DIPLOMACIA E A DIPLOMACIA DA FORÇA

Diplomacia é por definicão a arte de convencer ou de vencer por meios pacíficos.

A vida ensina que só há duas formas para vencer. Pela acção violenta, a guerra, ou por acção diplomática, negociando, ainda que alguém esteja em posição privilegiada. Negocear leva a evitar grandes perdas e torna-se cada vez mais vantajoso, mesmo que perdendo.

Diplomacia da força é, para mim, aquela que se baseia na força para levar o adversário a sentar-se à mesa das negociações. Por seu turno, a força da diplomacia é aquela usada, pura e simplesmente, para se resolverem os litígios de forma pacifica, ainda que alguém leve vantagens relativas.

Este esforço intelectual(?) serve apenas para narrar uma caminhada. SEMPRE USEI A FORÇA PARA A SOLUÇÃO DOS MEUS DIFERENDOS. Meus amigos sempre me chamaram de “bruto, buldozer, Caterpilar”, entre outros nomes. Porém, sou apenas o “Soberano”, isso porque descendo duma família real, e portanto, um herdeiro. Por isso, um Soberano no Kuteka e na minha forma de agir, desde que, e como sempre, assuma os resultados.

Em tempos, tive um diferendo por resolver. Complicado à partida. Meus diplomatas eleitos fracassaram e o caso tornava-se cada vez mais complicado. O reenvio de diplomatas seria um sinal de fracasso e aí, seria eu chamado a negocear em posição de desvantagem. Recorri então aos legados da política externa americana e deparei-me com as três forças da united states foreign affairs: A lei do dólar, a da boa vizinhança (associada à chantagem ou demonstração de força) e a lei da força, também conhecida por Big stick.

Comecei pela boa vizinhança simples. Bom comportamento e vi que não resultava, pois a desconfiança levava a não poder tomar uma posição privilegiada. A lei do dólar há muito estava fora de questão. A última, Big stick, podia levar a situação à insustentabiliadde, portanto, ao caos.

Não me restava outra saída senão a da força ligada à diplomacia. É o que chamo ( se é que alguém ainda não chamou) de transição entre a diplomacia, propriamente dita, e a guerra. É a chantagem por meio da demonstraçào de força. Aqui, o intimidado se vê forçado a ceder para evitar danos maiores.

Antes, olhei para o cenário político internacional e deparei-me com um Oriente médio em que prevalesce a co-relacção de forças entre a América ( cristã) ameaçadora e o Irão ( Muçulmano) resistente. Cada um deles tentando levar outro à desistência. Progredi no mapa geográfico para o longiquo Oriente, e uma vez na R.D.P. Coreia, assisti outra demonstração de força. Ensaios de misseis balísticos com capacidde para atingir o Japão e o Alaska, contra uma presença, mais uma vez americana, na Coreia do Sul, calculada em mais de 50 mil homens.

Cai no real para enfrentar a minha tormenta e pensei: por que não usar a chantagem para conseguir enfraquecer o adversário? Não foi essa a táctica usada pelos antigos beligerantes, negocearem apenas em situação de vantagem para apanharem o adversário em contra-mão, ou negocearem em desvantagem para evitar perdas maiores ou ainda para se reorganizarem, como o fez inúmeras vezes Jonas Malheiro?
_Esta é a forma que muitos usam para nos usar.

E a propósito, o actual andamento do Caso Cabinda (negociação com Bento Bembe e outros de fora) é prenúncio de nascimento de mais uma renovada ou de um atendimento à reclamações autonomistas que já ganham eco pelo país Leste?

Notemos que foi quase assim com a ala de Manuvakola que acabou na rua da amargura e com as calças nas mãos, com a FNLA de Ngonda ( também com dias contados), de kuanganismos e Muatxicunguismos, Benguismos e Nzuzismos, Tetembuísmos e Alexandrsismos, enfim. Não será o Fórum inter-cabindês para o diálogo, interlocutor válido encontrado pelo Governo da Cidade alta, um gato?

_Note-se que dele não fazem parte os pesos mais pesados da public opinion de Cabinda como Nzita Tiago, Ranque Franque, os Padres Casimiro Congo e Raúl Taty, nem a Chicayada e Dandada da “olha a Banda”.

Conta-se que um dia depois da assinatura do entendimento, em Brazaville, o Yema “pegou fogo” posto por residuais ao serviço dos mesmos diplomatas que se fizeram presentes no país de Nguesso.

A ser verdade, que ainda ninguém desmentiu, que se dirá da paz que teremos oficialmente depois de amanhã ( 01 de Agosto)?

Por cá, Lunda Sul, os desenvolvimentos do “Caso Cabinda” e possível autonomia administrativa, ainda que indefinida, começam a realimentar um desejo antigo: a Autonomia na gestão dos recursos diamantíferos que é a principal riqueza. É que o povo, ou pelo menos os que o dizem representar, até se esquecem de que um dia os diamantes acabarão e o país continuará.

São cada vez mais inúmeros os gritos de “queremos administrar a nossa kamanga” já que “o centralismo só deixou rastos de miséria e depauperação do nível de vida”. São Cânticoa anónimos ainda.

O que é certo, e quase me convenço, é que as pessoas do m eu tempo precisam de estabelecer um espaço Físico/Geográfico onde se possam rever. Por iso, “A autonomia não é hoje um capricho, é uma necessidade que as pessoas têm de se sentirem representadas em alguma coisa. Autonomia é sinónimo de desenvolvimento local, já que o geral é abstrato. A história diz que numa configuração geográfica as pessoas juntam-se quando têm necessiades para tal e separam-se quando acham que fora do todo se sentirão melhor. Aconteceu há pouco com o Monte Negro que se separou da Séria. E nem é o que pedem as populações daqui. Porém, é importante notar que qualquer autonomia tem de ser conseguida num plano negocial, de paz, e não num ambiente de conflito”. Fim de citação, parágrafo, final.

Por: Soberano Canhanga

terça-feira, julho 25, 2006

A FORÇA DA RAZÃO EM VEZ DA RAZÃO DA FORÇA



Está comprovado que por mais que as armas gritem, é sempre o grito dos homens que prevalece.
Há muito que vinha assistindo milhentas deserções, por ganância, de elementos bem colocados ao lado do MPLA ou mesmo na UNITA e noutros partidos da oposição, com cordão umbilical ou outros laços em Cabinda.

A razão era única, apanhar o arrastão da propalada independência de Cabinda. Eram homens que diziam determinadas coisas nos seus partidos e nos gabinetes ou ministérios angolanos e faziam/diziam outras nas conversas em língua ibinda com seus conterrâneos nas densas matas do Maiombe. Homens que “obrigavam”o governo a fazer a paz, enquanto nos discursos camuflados, em casa, encorajavam as FLEC’s ao apertar do gatilho.

Como a força da razão sempre se sobrepôs à razão da força, eis ai o entendimento. O cessar-fogo com as forças armadas no enclave, representadas pelo Fórum intercabindês para o diálogo, já está em vigor e no próximo dia 1 de Agosto o Namibe vai testemunhar a assinatura formal do entendimento.

Haja perdas ou ganhos em termos de interesses de posições defendidas pelas partes, saimos todos a ganhar. Mpalabandas, Guerrilheiros, bufos, padres, todos. Só é pena que alguns aprendizes de política cá das bandas dos Cokwes, nao sei se por quem mal ensinados, comecem a pedir na escuridão coisas de que nunca se falou antes. -Oportunismo?
Bem espero que a razão os supere como superou os mais temíveis fazedores da guerra que o país e o mundo conheceu.
Soberano Canhanga

segunda-feira, julho 10, 2006

O CEU E O INFERNO


Um silêncio tumular que é a Lunda-Sul e uma azáfama, uma guerra de rua que é Luanda, penso estarem próximas desta metáfora. As duas realidades, é verdade, nos podem fazer pensar no que haverá de diferença entre o Ceu e o inferno.
Uma tormenta que até mortiva e uma paz excessiva que até incomoda. Combinando as duas realidades, há já três semanas que não “postava”nesta página. Um silêncio friolento de Catoca (Lunda-Sul) e duas semanas sem net em Luanda. Está explicada a causa da ausência.

Não foi porém uma ausência total, na medida em que o corre-corre, próprio de cidades congestionadas como Luanda e com vários cenários e cenas, fertiliza vei inspiradora.

Carregados os "neurônios" aqui estou para gritar a saudade que tenho das kinguilas de Kuanzas nas mãos abanando ao vento e disputando ainda a eficiência dos bancos.
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_Quem disse que desapareceriam tão cedo enganou-se.
Quero também gritar a gasosa dos polícias de transito e da BET que por tudo e por nada mandam parar os automobilistas para fabricarem um defeito que produza gasosa.
_ Quem disse que só com a formação de novos polícias a corrupção teria pernas curtas nos bangões da cidade desacertou.

E que tal das estradas que viraram sepulturas! Das pontes estreitas que se constroem e das estradas largas que se projectam sem se poder fazer uma ultrapassagem segura.
_Alguém ousou, em tempos, em chamar a estrada que liga Kamama a Viana de auto-estrada ou no mínimo de via espresso.

E o cheiro do kimbombo e do Kaporroto que desafiam o vento e a bravura do Atlântico em noites frias no mar faminto de peixe na Corimba?...

É só para citar alguns encantos de Luanda, mesmo porca e mal cheirosa.

Por: Soberano Canhanga