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domingo, setembro 27, 2009

FAIR PLAY

Fair Play é fácil de aconselhar mas difícil de observar. Porém, tenho hoje de me submeter ao rigor, pois em jogos de futebol, onde haja observação de fair play, não deve haver combinação de resultados. Eles fazem-se em campo.

Jogam hoje (27/09/2009) o Petro de Luanda e o Recreativo do Libolo para a 23a jornada do Girabola, o campeonato angolano de futebol da primeira divisão. Sou adepto de ambas equipas. O R. Libolo, com dimensão regional, o município do Libolo, província do  Kuanza-Sul (onde nasci e tenho grande afectividade) e o Petro de Luanda, equipa de dimensão nacional e africana a que aderi desde a infância, quando o RL, equipa em que já joguei na classe de iniciados (Cambuco Futebol Clube), era ainda equipa de "amigos".

O Petro tem objectivos capitais que passam pela reconquista do título. Se vencer esta tarde ao Libolo abre, antecipadamente, o champagne, quando ainda lhe faltarão 3 jornadas. O RL tem, por sua vez, também objectivos que passam por melhorar a terceira posição do Girabola de 2008 e apurar-se para as afrotaças. Caso o Petro perca, ainda tem hipóteses de ser campeão, pois só lhe caberá vencer um dos três jogos por disputar, mesmo que os seus mais directos perseguidores vençam todas as partidas por realizar. O Libolo, porém, precisa dessa vitória e de todas outras. E onde estarei eu?

_Obviamente no meu quarto assistindo ao jogo, repartido. Puxando pelo Libolo que me pode dar alegria, e puxando igualmente pelo Petro que me pode proporcionar a festa antecipada.
Não é fácil, confesso. E pela primeira vez, em jogos onde estejam o Petro ou Libolo, sou forçado a primar pelo Fair Play de que tenho sido criticado pelos meus leitores quando escrevo sobre o Recreativo do Libolo. Que vença a melhor equipa em campo ou que empatem, o que muito me satisfará!

Na foto: Mohamed Mociano Canhanga)
Luciano Canhanga

sábado, setembro 26, 2009

A QUESTÃO DO "BOLO" NA GESTÃO PROVINCIAL

Angola, o meu país, tem dezoito desiguais províncias. Moxico (223.023km2; 240.000hab) e Kuando-Kubango são as mais extensas e por sua vez as que registam menor densidade populacional. Luanda a menor, concentra, porém, mais de 1/3 da população nacional, ou mesmo a caminho de acolher metade dos aproximados 15 milhões de habitantes.
Durante o perído de guerra civil, travada de 1975 a 2002, Luanda foi sempre o destino final de todos os "recuas" e deslocados. Foi também, por via da segurança que possuia e de acolher o poder instituído, a província em que sempre se fez algo. Timidamente surgiram alguns novos serviços, alguns reparos nas ruas e edifícios, algumas escolas e hospitais, enquanto as outras províncias, mais à mão do destruidor, (guerrilha e tempo) se "contentavam" com o êxodo e com o nada de novo.

As províncias não costeiras têm um outro problema que se chama dispersão populacional em pequenos aglomerados, o que dificulta a satisfação de algumas necessidades infraestruturais como: escolas, postos de saúde, água e energia, por não reunirem "universo populacional que justifique a instalação desses serviços". Quanto a mim, e bem o sabe o Governo angolano, a saída passa pela junção de vários aglomerados isolados um dos outros, em povoados maiores que facilitem ao governo e outras instituições interessadas em colocar serviços e permitir um usufruto racional destes bens. É, a meu ver, impraticável colocar uma escola, um posto médico, um chafariz e instalações eléctricas em dez aldeias com sete a dez famílias cada, separadas por dois a cinco quilómetros. Criar políticas que incentivassem a junção de aglomerados para se poder dar o básico (água, luz, educação e saúde) a cada um dos angolanos seria o mais correcto.

Por outro lado, hoje, quando se fala da repartição do bolo entre Luanda e as demais províncias, algo me ocorre: Enquanto mais pessoas houver, pressuponho haver também maiores problemas por se resolver. E Luanda passa por isso. Um hospital em Luanda é frequentado por mais pacientes, a sua degradação também é mais rápida do que numa outra circunscrição menos habitada.

Se transportarmos esta realidade para as sedes provinciais e outras vilas (sedes municipais) nos debateremos com as memas situações. Não há, a meu ver, discriminação entre as verbas do administrador do municipio sede e as do administrador dum outro município da mesma província, nem se coloca a questão de quem mais kilómetros quadrados tem. A minha análise radica na população. Quem mais povo administra mais recursos deve ter. ou não será assim?
E nisso de admninistrar encontramos municípios com maior população do que muitas provincias. O Cazenga, por exemplo (município de Luanda com mais de 1 milhão de habitantes), terá uma área dez vezes menor do que Cabinda e 30 vezes menor do que o Namibe. Entre o administrador do Cazenga e os governadores das extensas, mas menos habitadas, provincias quem mais problemas administra?

A Cidade do Maputo, capital de Moçambique, tem o estatuto de província, para além da própria provincia do Maputo. Se para lá evoluirmos não seria pecado algum, desde que a proporção das bem-feitorias fosse de acordo à população administrada. Seria como no tempo da planificação alimentar: quem mais filhos tivesse mais pães levava para casa.

Luciano Canhanga

segunda-feira, setembro 21, 2009

O BIFE E O PEIXE FRITO (CONTO)

Man Xaxo virou guarda depois de desmobilizado do braço armado do povo, as FAPLA. Em casa do ministro Kambondondo onde estava colocado, posto muito cobiçado por todos os companheiros da nova trincheira, assistia dias sim, dias sempre aos banquetes com que Kambondondo brindava os amigos, ex-companheiros de brigada, sócios empresariais, afilhados e até namoradas, sempre que a dona Kifunde se ausentasse para compras no estrangeiro.

Man Xaxo, visionário e audaz em pôr ordem na vizinhança, só de longe saboreava aqueles quitutes que bem lhe sabiam na imaginação. O seu prato vezeiro era o de arroz com peixe frito e pão seco que vinha da empresa de segurança. Junto à cancela estava um pitbull carnívoro, animal de estimação de Kambondondo, cujas regalias se equiparavam aos que oferecia aos filhos, ultrapassando mesmo as miseráveis vivências dos directores nacionais. O Xindandala tinha médico, dentista, adestrador e muito mais. As suas consultas eram seguidas ao pormenor e usava dos mais caros perfumes. Xindandala era, aos olhos de Man Xaxo, um cão com direitos humanos.

Farto da vida humana do cão e a vida de cão que lhe era brindada naquele rancho ministerial, Man Xaxo começou por dividir os bifes entre ele e o pitbull sem que os seus segurados o soubessem. Com o andar do tempo foi diminuindo a parte da carne destina ao cão mandando-a goela adentro, até que um dia pensou no que seria o seu golpe de artista: inverter os pratos. O peixe frito para o cão e o bife para si.


Mal pensou, pior fez. O engarrafamento daquele dia tinha atrasado a chegada da carrinha de distribuição do manjar aos vigilantes todos. O pitt Xindandala já tinha tomado leite, antes da refeição do dia. Man Xaxo engolia vento ainda. À hora do almoço, o bife tanto fazia verter fluídos da boca e das narinas do cã0, como também criava água na boca ao seu companheiro humano. Man xaxo não pensou nem pestanejou. Ao chegar o refogado tragou-o e aguardou pelo arroz com peixe frito que o cão sequer o tocou, abrindo-se em uivos que despertaram os proprietários da casa.

Qual o espanto?
_Repousava no canil intacta a marmita com arroz e peixe frito. Do bife nem cheiro!


Luciano Canhanga

quarta-feira, setembro 16, 2009

CATINTON: DEJECTOS QUE ALIMENTAM ESTÔMAGOS

À vala de drenagens do Catinton convergem outras linhas pluviais como a do Senado da Câmara, Palanca, Camama, Calemba II, etc. A estes canais de água são canalizados, ao longo dos seus percursos, lixos domésticos, esgotos caseiros com dejectos, e outros detritos humanos e animais, tornando as suas águas, em qualquer que seja a estação do ano, impróprias para qualquer utilidade humana.

O que assito, porém, é que estas águas pódridas são, muitas vezes e em muitos locais, usadas para a lavagem de roupas e de viaturas, feitura de blocos para a construção e até a irrigação agrícola, como acontece nas imediações do projecto habitacional Nova Vida (em Luanda).

É com a água da vala de esgotos acima descrita que se fazem crecer as couves, cenouras, tomate, alface, gimboa e outros legumes com que muitos luandenses alimentam o estômago.

Sendo esta uma página de reflexão, que se empresta também à actualidade, e que deve contar com o os saberes e comentários de outros especialistas e leitores, deixo algumas questões que ajudarão os jornalistas a fazerem as questões pertinentes e as autoridades desempenharem os seus papéisl.

> Irrigados os legumes com água fétida, tornam-se ou não impróprios para o consumo humano, tendo em conta o contacto directo?

> A simples lavagem destes legumes anula as eventuais bactérias que contenham estas verduras?

> Que saúde ostentam os homens que trabalham com esta água todos os dias?

> Que medidas devem tomar as autoridades sanitárias, agrícolas e de direitos do consumidor?

Deixe o seu comentário, contribua para a melhoria da saúde pública.

Luciano Canhanga

segunda-feira, setembro 14, 2009

CHUVA SIM: ESTRAGOS POR DESLEIXO NÃO MAIS

Hoje começou, de facto, o período chuvoso em Luanda, embora oficialmente tenhamos entrado para a estação a 15 de Setembro. A capital angolana acordou molhada e até às oito horas o tempo apresentou-se com bastante nebulosidade e com invisibilidade para os automobilistas.

Conhecendo os estragos que a chuva provoca em Luanda às infraestruturas básicas de saneamento, às casas, às estradas, etc., sabendo que muitas obras inadiáveis decorrem e decorrerão neste período de pluviosidade (tendo em conta a realização do CAN, em Janeiro próximo e não só) e que podem ser gravemente afectadas, trago, como tema para reflexão, um texto que radiodifundi, há aproximadamente dois anos na RDP-África, retratando conseqüências da chuva em Luanda que espero não mais voltem a acontecer.

"CHOVEU EM LUANDA. HÁ ESTRAGOS CONSIDERÁVEIS.
Os especialistas em meteorologia já admitem que esta foi das piores chuvas dos últimos anos e atribuem a causa aos efeitos do fenômeno El niño que anos atrás fez inundar Moçambique.

A chuva desta madrugada teve início por volta da meia noite e continuou com intensidade até bem próximo do meio dia.
Neste momento ainda goteja e, como conseqüências, grande parte dos serviços públicos estão com as portas fechadas. Muitos edifícios estão com as caves e os primeiros pisos inundados, os colectores de esgotos não suportaram a carga de água misturada com lixo e areias transformando as estradas em autênticos rios.

Quanto à circulação automóvel, apenas os veículos todo-terreno a efectuam, mas com grandes cautelas.
A periferia de Luanda está transformada em cacimbas. Muitas casas desabaram, há mortes registadas por electrocussão e afogamentos e vários pedidos de socorro continuam a chegar aos bombeiros, segundo o porta-voz da corporação.
Uma ronda aérea está a ser efectuada por membros da polícia, bombeiros e governo de Luanda, para constatar as zonas mais afectadas.
Quanto aos danos, o balanço não é para agora, tendo em conta as dificuldades de comunicação e de acesso criadas pela chuva. Tradicionalmente são zonas críticas a Samba* e Corimba; a Boa Vista, no Sambizanga, e Cacuaco".

* hoje a Samba já não é uma zona crítica quando chove, mas há outras várias.
Luciano Canhanga em Luanda

sexta-feira, setembro 11, 2009

MARKETING AMBULANTE

“com licença família, bom dia!
A empresa vai fazer umaa pequena revisão”
Os estranhos pensam num fiscal da transportadora ou da autoridade de transportes de Luanda. Mas o intruso prossegue o discurso:

"Está aqui o menthol para combater a gripe, ciúme, irritação na garganta, cansaço e até engarrafamento (estress)”.
Só assim os passageiros do autocarro privado que faz a rota 1º de Maio/Rocha Pinto se apercebem tratar-se de um ambulante, bem-falante e marketizando o seu pequeno negócio que na brincadeira ganha cada vez mais adesão.

O pregão do ambulante que aproveita o congestionamento do transito automóvel nas imediações do hipermercado Jumbo, na Avenida Deolinda Rodrigues, ganha consistência e aos poucos “despacha” o negócio.

Este grande “marketeiro” que nem sequer a 4ª classe possui terá, na calada duma noite qualquer ou se calhar numa tarde de panelas vazias, estudado a melhor forma de angariar prosélitos para os seus reboçados . E é nos autocarros e taxis carregados de mulheres, no engarrafamento matinal ou vespertino, que encontra o seu nicho de vendas.

“Vendedor como ele poucos haverá” desabafam satisfeitas as clientes à saída do “comerciante” levando consigo os últimos trocos: dez, cinquenta, cem ou duzentos kuanzas. O clima está mais ameno e com um novo motivo para comentários. Lá se foi o estress, pelo menos por alguns intantes.

Luciano Canhanga

domingo, setembro 06, 2009

SE PRESIDENCIAIS EM 2011: COM OU SEM SAMAKUVA?

O parlamento angolano aprovou a 28/07/2009 o projecto de alteração do período para a elaboração e conclusão dos trabalhos da Constituição angolana que passam de 120 para 180 dias, a partir de 23 de Maio último*.

Primeiro:
Estando as eleições presidenciais dependentes da conclusão da Cosntituição que vai definir as competências e atribuições da Instituição Presidente da República,

Se atendermos que só no fim dos trabalhos, agora previstos para Abril de 2010 (período em que se prevê a apreciação dos projectos pela Assembleia Nacional, criando as condições para a provação do texto final), é que o Presidente da República se poderá pronunciar sobre as eleições,

Que será preciso ainda recolher as opiniões da sociedade civil, antes da aprovação final da Lei-mãe e em Maio estaremos numa estação imprópria para a realização de eleições no país devido ao fraco acesso aos aglomerados populacionais mais recônditos, devido à elevada pluviosidade,
Que o eleitorado tera de ser reactualizado,
Se analisarmos que para se realizarem eleições terá de haver dinheiro, entre outras condicionantes objectivas e subjectivas (o Governo saído das últimas eleições com 82% do eleitorado para o MPLA terá de governar antes da sua queda a ser motivada pela eleição de um presidente chefe do governo),

Fácilmente se poderá concluir que é para Setembro de 2010 ou mesmo de 2011 que tende o pleito para a escolha do Presidente da República.

Segundo:
Setembro de 2010 dá margem suficiente para que os “candidatos naturais” se alinhem para a corrida. Porém se o período de espera for dilatado para mais um ano, há que ter em conta os partidos que terão de eleger novas lideranças e que procurarão, numa fase imediata, a consolidação interna do processo. Aqui quero chamar a UNITA e o seu presidente, apenas como exemplo hipotético, já que Isaias Samakuva manifestou públicamente o desejo de não mais se candidatar, em 2011, à liderança do que é ainda hoje o maior partido da oposição angolana (16 assentos num parlamento de 220 deputados).
Se termos em conta que, salvo excepções, o presidente do partido é normalmente o candidato da formação política às eleições presidenciais, estou em crer que a UNITA (se realizar o congresso antes das presidenciais e o seu actual líder cumprir a promessa) não alinhará com Samakuva.

Que se criem delfins e que se conheçam aqueles que podem substituir os actuais líderes partidários para que os seus rostos não sejam desconhecidos dos eleitores no pleito em falta. Espero que as minhas contas não pequem por excesso.

*Artigo 2 da Lei 2/09 de 5 de Janeiro.
Luciano Canhanga

quinta-feira, setembro 03, 2009

RENDAS AO ESTADO CUSTAM 1/3 DO SALÁRIO MÍNIMO

Habitação, alimentação e vestuário são, segundo se aprende na primária, as necessidades básicas* do homem. Em Angola estas três e outras indispensáveis para se viver têm uma renda mensal mínima de aproximadamente USD 100 (salário mínimo da função pública).

Dois mil e oitocentos kuanzas é, doravante, o valor mínimo da renda para os imóveis do Estado angolano. A medida, aprovada pelo Conselho de Ministros, visa, por um lado, aumentar as receitas fiscais do Estado e, por outro, fazer com que se pague um valor justo ao arrendamento de uma residência.
Convertidos em dólares americanos, Akz 2800 equivalem a USD 35 que por sua vez correspondem a 1/3 do que ganha quem está no grau mais baixo entre os funcionários públicos.

Segundo informações veiculadas (apenas ainda) por órgãos de informação públicos, o valor da renda dos imóveis do Estado será proporcional às condições de habitabilidade e à localização geográfica (zona urbana, periurbana ou rural). Ou seja, na cidade e com melhores condições de habitabilidade a renda torna-se mais cara do que no campo e com menores condições de comodidade.

Reajustada a renda das casas do Estado, só esperamos que os grandes devedores que são, no fundo, o próprio Estado ou aqueles que dele se servem não voltem a ser os caloteiros (devedores). Esperamos também que aqueles que realmente nada pagavam pela ocupação das casas que a todos pertencem (povo) e que não estejam entre os que menos ganham não venham com lamúrias pela actualização do valor.
Como pontuais pagadores de impostos e atentos ao que se faz com a coisa pública, esperamos ainda que as casas degradadas sejam agora reparadas e que aqueles que nunca tiveram casa (pública ou privada) sejam também bafejados pela mesma sorte que uns têm a “decuplicar”.

Por fim: que o milhão de casas prometidas pelo Governo até 2012 seja um facto na construção e na distribuição pelos que delas realmente precisam.

* Abraham Maslow enumera necessidades fisiológicas, de segurança, de amor/relacionamento, de estima e de realização pessoal.

Luciano Canhanga

terça-feira, setembro 01, 2009

ÉTICA PUBLICITÁRIA: VALE APENAS?

Se bem vejo numa das publicidades da Movicel "espalhadas" pela net (ver www.hi5.com) aparece um individuo fardado e com galões da Polícia Nacional(?)* angolana.
1- Devem ou não os militares e para-militares fazer publicidade para órgãos terceiros (que não sejam aqueles a que estejam vinculados) quando estão uniformizados?

2- Uma acção como essa engaja ou não o órgão castrense a que pertence o militar?

3- E já agora: porquê um (para-) militar na publicidade duma empresa de telefonia?

4- Deve ou não o referido órgão castrense reclamar do facto de a sua imagem ser associação a uma empresa que não tem nada a ver com a instituição?

* aconselho ver as imagens para melhor conferir o uniforme

Luciano Canhanga