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quinta-feira, agosto 26, 2010

ZIGUE-ZAGUE

Em que acredita afinal de contas a editoria do jornal de Angola?

Abaixo duas matérias sobre o mesmo assunto:


Data: 16.08.2010
Fonte: Jornal de Angola
Tema: Congresso da juventude do maior partido da oposição


Depois da polémica com as teses do congresso da Juventude da UNITA (JURA) a reunião dos jovens da organização decorreu sob o lema “na luta contra a exclusão social”. Gente esteve la e gostou da organização e da forma como deocrreram os trabalhos. Os jovens da UNITA assumiram o compromisso público de dar combate à exclusão social sobretudo entre os jovens. É bom ver os jovens empenhados nos grandes designios nacionais como aquele que está em marcha de combate à pobreza. O presidente da UNITA, Isaías Samakuva, deu posse à nova direcção e exortou os jovens a reflectirem sobre as estruturas e métodos de trabalho para “engrandecer o partido”. os novos dirigentes da JURA prometem dinamizar os trabalhos e qu não querem ser uma “direcção de gabinete”. Pela forma como decorreu o congresso, eles vão conseguir.

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Data: 28.07.2010

Fonte: Jornal de Angola
Tema: Congresso da juventude/As teses do congresso defendem insurreição


Justino Justo (anónimo) 


Um destes dias, fui abordado por um jovem que, pelo nível da linguagem que já lhe conhecia, sempre me pareceu próximo da família Unita. Vinha com o semblante carregado, como se tivesse estado longas horas a fazer reflexões sérias sobre alguma coisa importante.

Saudou-me com o respeito de sempre e de imediato, sem que eu terminasse a minha saudação, fez a seguinte afirmação:

- Mais velho, eu pensava que o tempo da guerra, da subversão, do apelo à desobediência popular e de todas as outras formas de promoção do ódio, do desrespeito às instituições e ao povo ... tudo isso, mais velho, eu pensava que fazia parte do passado e que agora tínhamos entrado numa era de paz definitiva, concórdia, fraternidade, democracia (onde quem é eleito governa e quem perde continua a apresentar propostas que, mesmo sendo diferentes, podem ser úteis) tal como nos outros países ... afinal não ... ainda há alguns que continuam a procurar formas de criar agitação e trazer mais problemas, só porque querem o poder a qualquer preço”.

Não sendo, para mim, uma novidade, quis saber mais:

- Dinho, onde queres chegar?

O jovem olhou fixamente para mim e perguntou-me:

- O mais velho já ouviu dizer que a JURA, a nossa organizaçãoj uvenil, vai realizar o seu II Congresso?

Respondi-lhe que não me havia apercebido de nada, mas que isso não era problema nenhum e que até é bom que os jovens se reunam para discutir coisas sérias e boas para o presente e o futuro da nossa jovem Nação. Aos jovens compete conduzir o destino do nosso País.

O Dinho, acortou-me a palavra :

- O problema não é esse. Até aí o mais velho tem razão. O problema é que há dias estive num almoço de confraternização organizado pelo maninho Didi Chiwale e o Dirceu Liberty Chaka, que ainda é o Presidente da Jura, fez um discurso inflamado contra tudo e contra todos os que “integram o sistema”.

Porque já conheço a retórica do seu discurso e porque, naquele momento, tinha outras prioridades, não dei muita atenção. Mas ontem deram-me este documento, que é cópia do que o Liberty apresentou no almoço e eu fiquei estupefacto com algumas coisas que li. Mas, como eu posso estar enganado, quero que o mais velho também o leia e me ajude a interpretar algumas coisas que são aí ditas.

Foi neste momento que o jovem me entregou um texto em cuja capa está inscrito: JURA – TESES PARA O II CONGRESSO ORDINÁRIO.

Comecei a ler e verifiquei que o texto estava “impecavelmente escrito”, como diria o nosso saudoso amigo de outros tempos e outras lides, o Fernando Norberto de Castro, que, como todos sabemos, também foi um fervoroso militante do partido UNITA.Li a introdução e fiquei a saber, embora pouco, mas alguma coisa mais sobre a JURA Juventude Unida e Revolucionária de Angola.
(...) O nosso Liberty (confirmando o que me disse o Dinho) traça como “desafios político-estratégicos”, dentre outros, “a identificação das oportunidades, ameaças, pontos fortes e fracos” da UNITA e “a definição de planos de acção pro-activos que potenciem oportunidades e forças próprias e maximizem ameaças e fraquezas do adversário (MPLA/Governo)”.

A partir daqui comecei a perceber que a JURA para além de estar preocupada com os problemas do Partido, também queria contribuir para “minar” o MPLA e o Executivo.

TESES GOLPISTAS
Sim senhor, estes jovens “jurados” estão fortes. Vão utilizar a ciência para investigar e descobrir (em laboratório especializado) a fórmula “política” para derrubar o poder instituído. Como as eleições em 21012 são gerais (Presidenciais e Legislativas), é caso para dizer que a JURA se está a preparar para matar dois coelhos com uma cajadada só. Agora é que vai…

Continuei a leitura e, (juro que levei um susto): A JURA projecta como oportunidades, a “criação de factos” e/ou “o aproveitamento de situações que ocorram no país” tais como “eventos políticos, sociais, económicos, culturais, desportivos, académicos, religiosos e naturais” (devem querer referir-se a calamidades de qualquer tipo), para “desgastar por todos os meios a imagem do Presidente da República”, “transferir o foco de contradições UNITA/MPLA para o Povo/MPLA, alimentando e acirrando contradições sociais e económicas entre o MPLA/Governo e o povo”, “mediante a propagação” de “denúncias permanentes” do “carácter fraudulento das eleições de 5 e 6 de Setembro de 2008, o golpe jurídico-constitucional de 21 de Janeiro de 2010” e a “ilegitimidade democrática do Presidente da República”, incitando a população a “perder o medo de manifestar-se”.

É assim mesmo que os nossos jovens da JURA/UNITA querem contribuir para o reforço da unidade nacional, o respeito pelos direitos humanos, a aceleração do processo de reconstrução nacional e a melhoria de condições do nosso povo?

Na minha idade e democrata como penso que sempre fui, não me preocupa que as pessoas se manifestem de forma pacífica na defesa ou para a conquista de direitos que considerem legítimos. Isso não me preocupa. Só demonstra que se está perante um país livre e democrático. Mas não é isso que a JURA nos propõe! O que a JURA pretende fazer é um apelo irresponsável à desobediência civil.

O que a JURA e o Liberty nos propõem é que rejubilemos de alegria perante tudo que de mal possa acontecer ao País e ao nosso Povo.

Acusar o Executivo por um mau resultado desportivo, ou porque há seca, e utilizar isso para agitar o Povo para que se manifeste nas ruas contra o Executivo é algo que só pode vir de alguém que ainda não se encontrou com o presente ou então continua imbuído do espírito destruidor que caracterizou a forma de actuar da organização em tempos que não pretendo reviver.

LIÇÕES DO PASSADO
Sou mais velho para me deixar levar em brincadeiras de garotos. Já sofri muito e não quero mais. Mas, como pretendo deixar de ser ingénuo e porque aprendi que, em política, “o que parece, é”, sinto-me na obrigação de pedir ao Estado Democrático e de Direito que se proteja e tome todas as medidas necessárias para defender a Paz que tanto nos custou e que tanto amamos.

Não me queria referir às eleições e aos resultados por ela produzidos. Lembrar apenas que, em democracia, as decisões do Povo, devem ser acatadas e respeitadas, sob pena de em actos posteriores a penalização poder ser maior. Se dúvidas subsistirem, lembremo-nos todos que o facto de em 1992 não termos aceite os 45 por cento de votos que o Povo Angolano nos deu, fez com que, em 2008, apenas conseguíssemos dez por cento.

Se continuarmos a agir assim, o que poderá acontecer em 2012? E, se acontecer, vamos voltar a culpar o Executivo? Continuar a desrespeitar a Constituição, que, mesmo não sendo perfeita, tem a mão de todos nós (todos mesmo), é positivo? O que é que pretendemos alcançar com isso?

Continuar a questionar o mandato do Presidente da República, (mesmo sabendo o que dizem as normas transitórias da Constituição) vai dar a vitória, à UNITA, em 2012?

É assim que os actuais dirigentes, da UNITA, pensam? Os Dirigentes da UNITA revêem-se nesta estratégia ou estão a preparar-se para, como Pilatos, lavar as mãos e dizer que nada sabiam e que nada viram ou ainda que se trata apenas de “assanhadice” dos nossos miúdos para darem nas vistas e apresentarem-se como bons militantes?

Enquanto lia, fui-me preparando para esclarecer algumas coisas, do passado, ao Dinho, como é o caso do Manual dos Quadros da UNITA, produzido pelo Dr. Savimbi, e tentar que ele entendesse que, infelizmente, ainda há quem não tenha percebido que a história mudou de rumo e que o retorno ao passado só é possível de persistir em pessoas que, por serem incapazes de se enquadrar na nova sociedade, ainda acreditam que o recurso à violência é a sua tábua de salvação.

COLIGAÇÃO NEGATIVA
Mas, voltemos às estratégias que o Liberty, o Chiwale, o Muzemba e outros membros da JURA/UNITA, querem implementar, para lembrar que eles pretendem a “mobilização e enquadramento político de membros e dirigentes de partidos políticos, igrejas e outras associações extintas pelo sistema” e a “cooperação com todas as forças, movimentos sociais e políticos ávidos da alternância do poder”. Pensar que participei no processo de libertação e na luta pela democracia e ver o partido UNITA continuar a agir como um “gang de malfeitores” que, há revelia da lei, pretende usurpar o poder, é algo que me constrange e que me preocupa sobremaneira. Então, os nossos Deputados da UNITA que aprovaram, na generalidade, o pacote legislativo eleitoral, não sabiam que os partidos que não atingissem o mínimo de 0,5 por cento dos votos válidos, seriam, automaticamente, extintos?

Hoje, pretendemos culpar o sistema? Qual sistema? Não estávamos todos representados nos Órgãos de Soberania que decidiram sobre as regras? Mas, não é isso que me preocupa. O que me preocupa é que a direcção da UNITA continue a pensar que agindo assim está a criar mais valias e que com esse quadro de dirigentes e políticos pode contribuir para o desenvolvimento do País. Assim já é demais. Estamos tão fracos que essa é a melhor aliança que podemos fazer?

APOSTA NO CAOS SOCIAL
Ver a JURA/UNITA assumir o seu “fraco entendimento da natureza do regime que sustenta o Estado angolano, como surgiu, e para que existe, sugerindo que se determine o tipo de combate que se impõe travar” é ainda mais constrangedor.

Assumir que não se conhece o Estado em que se está e, mesmo assim, alimentar a pretensão (presunção) de um dia o governar, é, no mínimo, ridículo e caracteriza bem o nível de dirigentes e a organização que temos hoje.

MOMENTO DE LUCIDEZ
O único mérito que se pode colher da constatação que a JURA/UNITA faz é que em todo o tempo que perderam a definir os termos da conspiração contra o Estado e o nosso Povo, houve um momento de lucidez em que se assumiu que o mais importante é destruir.

Afinal, aqueles que o dizem têm razão: A UNITA continua igual a si própria. Não fomos capazes de nos transformarmos em partido político e continuamos a pensar em conquistar o poder a qualquer preço.

Pensar que é possível “usar contra o regime os movimentos sociais por ele criados” constitui prova inequívoca de que ainda não fomos capazes de perceber e muito menos conhecer, a real grandeza do principal adversário político que temos pela frente. Assim sendo, vamos alimentando estas pseudo estratégias que, alicerçadas no desconhecimento, jamais poderão constituir rampas que nos possam catapultar para posições favoráveis à melhoria da nossa inserção social e ao concomitante reflexo disso em futuros resultados eleitorais. Continuamos a pensar que o regime vai entrar de férias e que tomaremos o poder ao som de valsa, regando o festim com um delicioso maruvo.

Li no documento das teses que a JURA/UNITA pretende “deslocar o combate das instituições públicas para as ruas, praças, bairros, escolas, hospitais, etc.” sustentando que o “regime deve ser levado a combater no terreno escolhido pela oposição e que lhe seja desfavorável” para que “a população se torne mais auto-confiante no desafio ao poder”.

Fiquei incrédulo: será que a UNITA assume, como nossa, a estratégia de criar o caos social e, por essa via, ascender ao poder? Invadiu-me o espírito a convicção de que esta estratégia não pode estar a ser gizada pela nossa organizaçãojuvenil e que por detrás disto tem que estar a própria Direcção do Partido, sendo que aquela apenas está a servir de instrumento.

O Presidente Samakuva e todos os actuais dirigentes da UNITA não se podem ilibar das responsabilidades advenientes de uma estratégia tão macabra, despudorada e anti-patriótica, como a que me foi dada, agora, a conhecer. Não me revejo nisto e não quero voltar a passar por caminhos que me fizeram sofrer tanto. Não foi para isto que eu dei a minha juventude.

Apelar à insurreição popular, sabendo das consequências desse acto nefando e irresponsável, mesmo acreditando que “verão o espectáculo a partir de alguma vereda luxuriante”, só pode vir de alguém que não tem um mínimo de amor à nossa Pátria e que nutre um profundo ódio ao nosso Povo.

Como homem que contribuiu para o que somos hoje, não posso evitar de soltar o meu grito de revolta e apelar que se tomem medidas sérias para que os mentores de tão vil estratégia jamais tenham a possibilidade de a materializar. Mas, vejam o que vem a seguir. De acordo com a proposta de teses para o II Congresso, a JURA/UNITA pretende “enfraquecer economicamente o regime e provocar a falta de recursos financeiros e materiais”, motivando a retracção do investimento estrangeiro e consequentemente “reduzir as fontes de financiamento do poder (entenda-se Executivo), causando atrasos no pagamento de salários, inclusive das Forças de Defesa e Segurança do Estado”, com o objectivo de criar um clima de “insatisfação geral”, visando o “princípio do fim” do regime.

Os mentores da estratégia apelam à observância do sigilo por acreditarem que quanto maior for a capacidade de guardar segredo dos planos e intenções, maior será a força da organização em surpreender o adversário e resultará em mais confiança na juventude. Tendo tomado conhecimento disto, jamais me calaria. Desde logo porque o único adversário que vislumbro na pseudo estratégia é o Povo Angolano. Assim sendo, também me sinto na pele de adversário, porque, com orgulho e honra jurei servir a Pátria e, por isso mesmo, não defendo interesses mesquinhos e, muito menos, acobertarei criminosos.

Como cidadão, cumpri o meu dever. Não pensem que traí o Dinho. Longe disso. Tive o cuidado de lhe dizer o que pensava do que li, pedi-lhe que jamais participe em acções que não tenham o respaldo da Constituição e das Leis da República, que ambos amamos de paixão, e que me autorizasse a trazer a público toda esta tramóia. Por último, pedi-lhe que fizéssemos umas cópias do texto para remeter aos Órgãos de Imprensa da nossa terra.

Luanda, 19 de Julho de 2010

Nota da Redacção

- Esta denúncia de um leitor identificado e militante da UNITA só agora é publicada porque houve necessidade de confirmar a veracidade das afirmações atribuídas às teses para o II Congresso da JURA. Todas as afirmações são verdadeiras e foram por nós verificadas.

sexta-feira, agosto 20, 2010

A PERTINENTE SURPRESA DOS RECREATIVOS NO GIRABOLA

Os últimos anos do nosso futebol tem sido marcados, de forma positiva, pelo ressurgimento dos "Recreativos". Primeiro o Recreativo do Libolo, criado em 1942 e que ingressou no Girabola em 2008, tendo já conquistado um terceiro e um segundo lugar nos dois campeonatos disputados.

Em 2009 apurou-se para o campeonato angolano de futebol de primeira divisão o Recreativo da Caála (município do Huambo), fundado em 1944 e que no seu segundo Girabola já lidera isolado o campeonato, quando estão já disputadas 21 jornadas.

A Caála, um clube do interior do Huambo, é merecedora desta menção e atenção dos aficcionados do "desporto-rei" por estar a provar em campo que nem mesmo a morte do seu treiandor (Mabi de Almeida) serviu de empecílho à sua marcha triunfal.

O saber fazer dos dirigentes, treinadores (os que por lá passaram e os que lá estão) e jogadores, bem como a sua massa associativa e claques de apoio por onde quer que jogue, têm estado na origem do sucesso. E se a Caála vier a liderar o Girabola até ao trigésimo e derradeiro jogo não será surpresa para ninguém. Depois do recreativo do Libolo (Kuanza-Sul), que apesar de irregular ainda não atirou a tolaha ao tapete esta temporada, o surgimento e as consequentes vitórias do Recreativo da Caála afiguram-se como um "fenómeno" do futebol angolano que deixa assim de ter Luanda como o centro de todas as atenções.

Que venham outros Recreativos!

terça-feira, agosto 17, 2010

DEPOIS DE JORNAIS: "COMPRAM-SE" BLOGUES

Pelo  que leio nalguns semanários domesticados e ou "pasquinizados",

Pela tendência "nacional" da nossa (des)informação,

Já nada me espantará se um dia surgirem, por aí, emissários, anúncios ou mesmo OPA's hostís (operações públicas de aquisição) para a compra de "blogues angolanos menos cómodos".

É que neste caso seguimos bem os (maus) exemplos da China Comunista

Quem viver verá!

sexta-feira, agosto 13, 2010

A "DESCOBERTA" DE SAPALO ANTÓNIO

Sapalo António, líder parlamentar do PRS (Angola), disse nesta quinta-feira na Assembleia Nacional o que muitos sabem, veêm, comentam nos corredores e acabam se acobardando, não levando o debate para as instâncias apropriadas como foi o caso, no parlamento.

O deputado criticou a existência em Angola de ONG's que enquanto Intituições de Utilidade Pública (com direito à fatia no O.G.E) compram bens e serviços que dizem oferecer ou doar a populações carenciadas ou atingidas por calamidades naturais.

Os exemplos estão aí à mão de semear. Volta e meia estas organizações, que também "sorvem" das contas públicas, aparecem nos ecrans da televisão e aos microfones da rádio com um pão em uma das mãois e um panfleto partidário em outra, apregoando serem os primeiros socorristas de uma população carenciada, substituindo mesmo o governo central, cujo braço social é o Ministério da Assistência Social, quando o braço social do executivo é o MINARS. 

... E o povo desatento agradece como se os bens que recebem fossem comprados com dinheiro próprio destas "supostas"ONG's, quando na verdade o dinheiro é de todos os angolanos que trabalham e pagam impostos.
Há algo que tem de ser bem explicado ao povco. E foi pena que Sapalo António não tenha chamado os bois pelos nomes.

terça-feira, agosto 10, 2010

FALTA DE CRÉDITOS E ALFAIAS DIFICULTA AGRICULTURA NA MUNENGA

Os agricultores da comuna da Munenga, no municipio do Libolo, clamam por créditos e alfaias agrícolas para reactivar as enermes fazendas e coo[erativas abandonadas.

A Comuna que faz fronteira com Kambambe (norte) e Kibala (sul) foi em tempos um grande produtor de milho, mandioca, citrinos, dendém, sisal, gado entre outros produtos agropecuários. Hoje a produção se restringe à subsistência e alguns pequenos excedentes comercializados nos mercados de Dondo e Luanda.

Fazendas como Israel, Kangulo, Roussel, Kimbangala, Sanguiça, Costa Campos, entr eutras, estão houje votadas ao abandono, motivado pela guerra, e descapitalização dos novos proprietários muitas delas correndo o risco de perder todos os plantios até então realizados, por inexistência de picadas para conter os fogos.

Segundo Jaquim Guilherme, sócio da cooperativa Kananvale que congrega cinco cooperantes e uma área de cinquenta hectares, vários contactos foram mantidos com a administração municipal no sentido de se potenciarem os agricultores com micro-créditos e alfaias agrícolas, mas até ao momento não se passou das intenções.
"Mandaram-nos legalizar a cooperativa para termos micro-créditos do Banco Keve. Pessoalmente fui ao Sumbe (capital do Kuanza-Sul) tratar dos documentos e o croquis que estão a apodrecer...",disse visivelmente agastado.

Segundo o interlocutor, o Banco Keve, único a operar no município, só concede créditos àqueles que já têm dinheiro. "Até os tractores da MECANAGRO foram distribuídos aos fazendeiros do Luaty (comuna sede) e quando fomos para lá (em Calulo, sede municipal) pedir apoio das máquinas nos mostraram os tractores já em cima das pedras", desabafou.

Constatações na aldeia de Pedra escrita (comuna da Munenga) dão conta do estado de abandono de mais de quinze fazendas que até aos anos oitenta eram produtivas. Muitos dos antigos proprietários faleceram, ou ficaram arruinados e os herdeiros e ou novos detentores de títulos estão sem meios técnicos e financeiros para retomar a produção agropecuária.

Fazendas como Sangana, Alto Muxixi, Israel e Madame Kassenda, perdem todos os anos enormes extensões de cafezais e palmares devido à queimadas e falta de potenciamento dos cooperantes e novos donos.

Os populares da região que abrange as comunidades de Katoto, Samba Karinge, Tumba Grande, Kuteka e Muxixe também clamam por micro-créditos ou intervenção da Mecanagro no desbravamento de terras para aumentar  as lavouras. "O dinheiro até que podemos arranjar, mas faltam mesmo tractotres para alargar as lavra", lamentou o soba do Kuteka, Manuel Ganga.

Joaquim Guilherme
No tocante às inovações, um aviário e um matadouro foram instalados nas margens do rio Mukonga, na Munenga, que conferem uma nova imagem industrial. A comuna possuía em tempos idos, para além de inúmeros engenhos artesanais, uma cerâmica e uma fábrida de sabão.

quinta-feira, agosto 05, 2010

ANGOLA: UM ELDORADO CHINÊS?

Há em ANGOLA chineses para tudo e todos os gostos. Vimos chineses nas grandes obras de construção civil, na construção de blocos de cimento, na candonga, na zunga, nos cadiengues, etc.

Os chineses, aqui chegados, têm Angola como uma mina que nunca trocariam por nada e por isso armam-se de artimanhas de todo o tipo para nunca mais daqui sairem, ou na hipóteses de as coisas lhes correrem mal, nunca mais viverem a vida de um chinês. Casam-se, por caminhos ínvios procuram por nacionalidade e residência permanente, entre outras formas de prolongar a chinolândia angolana.

E corre na net, de caixa em caixa, uma anedota que reza:
"Aconteceu no Cazenga. Um chinês, funcionário da GRN dos caminhos-de-ferro de Luanda, apaixonou-se por uma angolana residente no Cazenga, depois de alguns meses de namoro. Ela engravida do chinês, e ele, é chamado pela família da moça, Maria, para fazer o pedido, conforme a nossa tradição. No dia do pedido começaram as perguntas:

Sogro: o senhor engravidou a minha filha, a Maria, não é?
Chinês: xim! englavidá Mallia.
Sogro: o senhor é estrangeiro, como é que fica isto?
Chinês: nu. Eu angolano.
Sogro: se és angolano qual é o teu nome?
Chinês: Josse Andonho.
Sogro: José António ?! humm...e se acabar o seu contrato como fica?
Chinês: china mais? nem pinchar.
Sogro: e se fores expulso?
Chinês: Ó mi matam…., ó quê!"

domingo, agosto 01, 2010

A FRATERNIDADE DO LUTUMBA

Quem anda por Luanda vê em cada rua e esquinas outdoors anunciando a IFEPAA-Bom Deus e o seu líder espeiritual, Rev. Lutumba.

Os homens do Bom Deus, munidos de uma máquina propagandística actuante e atenta às novas tendências dos públicos, estão também com os olhos postos na internet, anunciando em páginas digitais como a do Jornal de Angola, Angop, entre outras, e uma aguerrida campanha publicitária na imprensa (escrita).

É por isso e muito mais que o "caso IFEPAA" se torna digno de atenção nesta página de análise e reflexão dos fenómenos emergentes, e se calhar merecedor também de um estudo por parte dos discentes de comunicação e teologia.

Antes lanço algumas notas que podem levar a encontrar caminhos para estudos:

1- Por que será que a igreja, cuja tradição é a evangelização porta-a-porta, gasta tanto dinheiro em publicidade.
2- Qual será o peso da Responsabilidade Social ou Acção Social desta igreja quando comparada ao que se gasta em publicidade
3- Que pretende o Sr. pastor Simão Lutumba com tanta exposição mediática.

Agradece-se a resposta de quem poder fornecê-la ou no mínimo comentar.