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segunda-feira, maio 30, 2011

NA "VILA NOVA" LIXO SUBSTITUI PARQUES INFANTIS

Vivo próximo de um espaço baldio onde, na ausência de contentores, a população deposita de forma indevida e desrespeitosa para com os vizinhos os restos da sua acção diária. Refiro-me ao bairro Vila Nova do municipio de Viana, Luanda. Para precisar é próximo à padaria CAMEHA.

O que noto todos os dias é devereas preocupante: Criancas de ainda tenra idade fazem da lixeira o seu parque para diversões. Vão catando sei lá o quê e correndo atrás de passarinhos que aproveitam o campinzal para "colorirem" com seus chilreios o que ainda resta de bom.

Os menisnos, rapazes e algumas raparigas também, e ainda alguns adultos que se parecem a dementes embora não o sejam (apenas são pobres e sem nada para comer) povoam a lixeira todo o dia o que desperta a atenção de qualquer adulto com algum sentimento.

Que tal se fosse colocado naquele terreno baldio de aproximadamente 400m2 um parque ou uma escola?
 - Desapareceria o lixo e ganhariam algo de bom as crianças da Vila Nova de Viana.

domingo, maio 08, 2011

UMA ESCOLA CHAMADA STP

SÃO TOMÉ, com os seus pouco menos de 200 mil habitantes e poucas centenas de quilómetros quadrados quando comparados com Angola é uma gota. Um município ou muito menos do que isso, mas ao nível do direito internacional, os Estados Soberanos não são medidos pela população nem pela extensão territorial. São iguais à luz do direito, independentemente desses factores. E embora pequenas nações, nelas se podem colher grandes experiências.

Vi Fradique de Menezes, presidente Santomense, a reclamar de uma decisão judicial que não lhe deu razão numa contenda sobre propriedade de um terreno em que foi requerente um cidadão santomense, aparentemente sem os mesmos poderes económicos e políticos que o presidente. E lá ganhou a causa o pobre velho, remetendo aos lamentos o presidente da República. Esse é um exemplo que muitos governantes deveriam seguir. Deixar que os tribunais fizessem o seu trabalho, que não houvesse sobreposição de poderes, do executivo ao jurisdicional. Isso sim é que é uma República ideal. Onde a lei é feita no interesse de todos e aplicada a todos. Fradique falou como um cidadão qualquer. Como se nunca tivesse exercido a mais alta magistratura do país. Alguém viu isso em Angola?! Que me lembre o nome e a data.

terça-feira, maio 03, 2011

OS ESTRANGEIROS E EU EM TERRA ALHEIA

É domingo, estou na Igreja e assisto a uma discussão, com nervos à flor da pele. Um dos irmãos que é responsável distrital pelo canto (música religiosa) fez, há uma semana,  correcções que caíram mal a um grupo doutros irmãos locais (naturais daqui). O homem que fez a sugestão para a mudança de alguns procedimentos, que na sua visão não se encaixam no Manual da Doutrina Metodistas, tem outras experiências, outros conhecimentos e práticas do Metodismo vindo da América com William Taylor (18.03.1885)... Mas os outros não o perceberam e fizeram outras analogias com países que ficam a Leste de ANGOLA onde os cultos se parecem a shows musicais...

- "É a nossa cultura em evidência. Os do Leste festejam, cantam e dançam... mexem o corpo. Alegram-se. Os cultos são demorados. Sempre fomos assim. Etc. Etc..." Só faltou dizer que a "Igreja é nossa" ou que "aqui mandamos nós" e os nossos hábitos...

Pior de tudo foi que o homem julgado em plena junta estava ausente, sem se poder defender das inúmeras acusações que lhe eram feitas... Olhando para os que não se expressam em português, a língua deixada pelo colono em Angola para fazer do país nascente uma Nação, fica-se sempre com a falsa ideia de se estar perante estrangeiros, mas a coisa pode não ser bem assim. Em território "Leste", pude ver que estrangeiro sou eu. Eu que também pensei um dia, tal como o meu irmão malanjino, na uniformização da doutrina e rituais de culto dos Metodistas Unidos, ignorando os hábitos e diferenças culturais dos povos do leste/nordeste de Angola onde a falta de bibliografia devia apenas levar à tradução de livros, mantendo-se tudo como é em Luanda, no Huambo, no Namibe, em Catete, e noutros pontos onde se olha para a pauta antes de se entoar o hino…

Notei que muitos se sentem (re)colonizados pelos ambundu e estão dispostos a salvar a honra com tungos e tufos, se for possível... Outro chegou mesmo a sugerir que o pastor dirigisse dois cultos: um para os do Leste (locais) e outra para os vindos doutras paragens (ambundus e ovimbundu) que defendem o Metodismo segundo a doutrina.

E quem fala abertamente em tungos fala (pensa) em surdina em muito mais. Senti que apesar de uns estarem a favor desta ou daquela forma de cantar todos são um corpo etnico que se expressa na mesma língua para que outros fiquem a "ouvir navios"… Porquê se em português todos nos entendemos?
... E, mais uma vez se provou que é mais estranho o ambundu do que o Zairense com quem se partilha a língua local, ou seja; a língua local é mais unificadora do que a portuguesa, mesmo que sejam pessoas de países diferentes (Angola e RDC).

Vamos procurar um metodismo à medida das ovelha!
Que haja muitos Miguéis.
Que vivamos unidos na diversidade, com nossas diferenças...
Que Deus nos ilumine!

AMEN!