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sexta-feira, agosto 31, 2012

CHICO SIMONS “VIVE” NO DUNDO

Nasceu em Goa, Índia, à data território sob dominação portuguesa, até à proclamação da União indiana no início da década de sessenta do Séc XX.
Francisco Simons emigra para Angola (na altura ainda sob domínio lusitano) e vai empregar-se na companhia diamantífera Diamang, com sede no Dundo, onde se destaca como radialista.
Em 1975 adquire a nacionalidade angolana e trabalha na Rádio Nacional onde é voz de referência obrigatória e “professor” de muitos jornalistas que são hoje da “velha-guarda”.
O Centro de Comunicação Social da Lunda Norte, que congrega a Direcção Provincial da Comunicação, a ANGOP e as Edições Novembro (Jornal de Angola), tem a designação de Francisco Simons, em sua memória. Um tributo, quanto a mim, mais do que meritório.

terça-feira, agosto 28, 2012

URBANISMO CHEGA AO CAMPO

Aldeia Rural de Sambau, perto de Mwa-Cimbundu (Mona-Quimbundu), municipio de Saurimo, Lunda Sul.
As casas, em quatro  filas, mais de duas  dezenas, estão  alinhadas e são dum "modelo tipo".
 
Mesmo sem muitos recursos, é possível alinhar as casas feitas de adobe (tijolo bruto) e cobertas de chapas de zinco, urbanizando o campo.
 
No tempo colonial, assim já o era em muitas comunidades rurais. Tenho uma vaga memória que na aldeia de Kuteca, Libolo, onde meu avô era soberano (regedor) as casas também estavam alinhadas, com um chafariz no meio da aldeia e um tanque-lavandaria.
 
Sempre que um jovem quisesse erguer a sua casa, chamava o Soba e este com os seus coadjutores esticavam uma corda para que nada fugisse do eixo. As cozinhas (casotas) ficavam do lado de trás da casa principal.
 
Se este exemplo do Kuteca e da aldeia de Mwa-Cimbundu forem reproduzidos, poderemos ter auténticas vilas nas zonas rurais o que, por si só, facilitará a vida dos aldeões e dos governantes que se verão motivados a instalar equipamentos sociais como escolas, fontanários e postos médicos.
 
É preciso  também que as pequenas aldeias (constituídas apenas por uma ou cinco famílias) se juntem às outras, sem prejuízo das regalias actuais dos detentores de cargos tradicionais.
 

sexta-feira, agosto 24, 2012

Passeios sem árvores: Desaconselham-se!

Ruas largas, passeios (os que dividem os dois sentidos) também muito largos.
Não há espaço para o plantio de árvores nem canteiros para a relva.
Até mesmo as que existiam ao longo das duas bermas foram retiradas para o alargamento da rodovia Deolinda Rodrigues, dos "Congolenses" a Viana.
Estamos (na foto) entre o Grafanil e Congoleses. Há muito betão numa área que já teve muitas árvores.
E, lembro-me da árvore que quase me tirou a vida em 2005. Foi, infelizmente, derrubada pelos homens das obras...
Isso tem de ser corrigido!

segunda-feira, agosto 20, 2012

QUANDO A BENEFICÊNCIA FALA MAIS DO QUE O LUCRO

Fernanda Brito é exemplo
(Estas fotos foram feitas em Saurimo, na rua principal que corta a cidade, no sentido Malanje/Dundo).

É hora de almoço. Perto de 50 idosos e deficientes dos dois géneros (homens e mulheres) aguardam pelo acto beneficente de Fernanda Brito, a proprietária do Restaurante Mobil.
Dona Fernanda, como é conhecida, é uma senhora que há muito se instalou em Saurimo onde gere uma estação de abastecimento de combustíveis, é sócia da única clínica médica da cidade, proprietária do restaurante Mobil e investe, mesmo velhinha, num hotel de 32 quartos.
Saurimo 11 Agosto 2012
Com o que resta das panelas e não dos pratos do restaurante, a tia Fernanda (assim é carinhosamente tratada) serve, todos os dias,  de forma gratuíta, comida  para os deficientes e idosos da cidade. Eles conhecem a hora e a tia Fernanda nunca se esquece do seu dever moral.

O número de pedintes sobe quase todos os dias, mas ela não desiste. Faz a sua parte e minimisa as dificuldades daqueles que, sem o seu incondicional apoio, teriam de mendigar com o estómago vazio.

Essa ilustre Senhora merece o meu reconhecimento.

Sigamos, cada um naquilo que pode, o seu exemplo.

quinta-feira, agosto 16, 2012

EXPLORAÇÃO DIAMANTÍFERA NO MUSEU DO DUNDO

Sob acompanhamento da Ministra da Cultura,Rosa Cruz e Silva, terminam-se as obras de restauro e reequipamento do Museu do Dundo que pode ser reaberto ao público ainda este mês, a fazer fé no empenho dos obreiros e agenda dos governantes.
No exterior do edifício, pavimenta-se o chão e planta-se relva, como também se pintam as faixadas e se repara o muro de vedação.
Já no interior, cuida-se da climatização, luz, preparação e forragem das paredes, entre outros serviços paralelos.

Criado em 1948 pela extinta DIAMANG, o museu contava com áreas de Etnografia, História Natural e Arqueologia, estando em preparação uma nova sala dedicada à actividade diamantífera que é marcante e histórica na região Leste-Nordeste de Angola.

Por esse motivo, Catoca levou ao Museu a maquete da sua Mina, em exploração, e outros adereços utilizados no processo de exploração diamantífera que farão parte da exposição permanente.

O museu do Dundo situa-se na rua principal daquela urbe e está encerrado para obras de requalificação desde 2003.

terça-feira, agosto 14, 2012

Aconselha-se!

Passeios largos, asseados e canteiros com e árvores.
Aqui há preocupação com o pulmão.
Estamos nas imediações do Jumbo, a caminho do largo da independência, em Luanda.

Aconselha-se!

domingo, agosto 12, 2012

CAMPANHA ELEITORAL: MPLA QUER CHAPA 5 NA LUNDA SUL

A empreitada não será fácil, a contar com o trabalho dos adversários, mas este é o desiderato pretendido pelos camaradas: 5-0!
 O "showmício" (designação para comício acompanhado de show musical) do MPLA na Lunda Sul, começou às 7 da manhã de sábado, 11 de Agosto, e estendeu-se noite adentro. O largo 1º de Maio, na cidade de Saurimo, teve uma moldura humana considerávelque assistiu ao acto político presidido por Roberto de Almeida, o Vice-Presidente do Partido que para lá se deslocou para "ajudar" a atingir a meta. Perto de sete mil pessoas foram se revezado no largo ao longo do dia e ao som de música angolana, ao vivo.
Acompanhado na deslocação a Lunda Sul por João Lourenço, membro do Bureau Político do partido dos Camaradas, Roberto de Almeida pediu aos lundasulinos para que dessem mais tempo ao seu Partido para dar continuidade à obra iniciada nas 18 províncias do país, nestes dez anos de paz efectiva.
“O MPLA solicita a todo o povo a renovação da confiança e apoio ao seu programa de governo para que Angola possa crescer mais e distribuir melhor, o que nos permitirá também fortalecer cada vez mais a paz e a unidade nacional”, disse o dirigente partidário.
Recorrendo a factos que fazem a nossa história, Roberto de Almeida refutou o que considera críticas descabidas feitas ao Executivo do MPLA, feitas por gente que desconhece a história recente do país ou que por ignorância ou esquecimento premeditado apregoam que nada se fez no País.

“São pessoas que vão às províncias de avião e se esquecem que encontram aeroportos e aerogares modernos. Que vão de carro e circulam sobre estradas e pontes reabilitadas. Os que nos criticam são pessoas que viajam de comboio e que encontram estações de caminho de ferro bonitas, maiores e melhores do que aquelas que o colono deixou...”, referiu o político.
Aerogare, Estádio de Futebol e Lar de terceira idade para breve
O dirigente que fez a sua segunda deslocação a Lunda Sul durante o mandato que termina recordou que encontrou uma cidade melhor do que aquela que viu em 2008.

“Temos já ruas iluminadas, água canalizada e outros benefícios sociais que se vão estender a outros bairros. Dentro de dias teremos uma nova aerogare que vai conferir maior segurança às nossas operações aeroportuárias. Um lar de terceira idade vai também ser inaugurado para conferirmos maior dignidade aos nosso mais-velhos da terceira idade e ainda um campo de futebol. As estradas nacionais nº 130 (Luanda-Malanje-Saurimo) e nº 240 (Saurimo-Luau) estão já reabilitadas. São frutos da paz e queremos fazer ainda muito mais ”,avançou Roberto de Almeida.
Alguns números da paz na Lunda Sul avançados por Roberto de Almeida

Educação
2002- 184 salas de aulas
2012- 688- salas
2002- 670 professores
2012- 2700 professores
Bolsas de estudo
56 internas e 26 externas

Agropecuária
2002- 410 associações de camponeses
2012- 616 associações de camponeses
2002- 1320 bovinos e 9000 caprinos
2012- 2867 bovinos e 19400 caprinos

Nota final: Ainda no quadro da campanha eleitoral, José Eduardo dos Santos, o presidente do MPLA e cabeça de lista da referida formação, inicia, dia 16 de Agosto, em Saurimo, um périplo que o levará a outras nove capitais de províncias para falar aos militantes do seu Partido.
Dia 16- Saurimo; 17- Luena; 20- Cabinda; 21- Mbanza Kongo; 22- Huambo; 24- Lubango; 25- Uige; 27- Benguela e 28 e 29- Luanda.

O 30º dia de Agosto é de reflexão, sem campanha por parte dos partidos e coligações, e o 31º dia será o da eleição do Presidente da República (cabeça de lista do Partido ou Coligação com maior número de votos) e dos Deputados à Assembleia Nacional.

quinta-feira, agosto 09, 2012

CAMPANHA ELEITORAL AQUECE DUNDO


Largo do Obelisco totalmente cheio
MPLA, PRS, UNITA, CASA-CE E FUMA são as bandeiras que mais flutuam nas ruas do Dundo, com maior pendor para os dois primeiros.

Sábado, 04 de Agosto, foi marcado pelo acto político do Partido governante que movimentou quase toda a cidade e arredores para o Largo do Obelisco onde confluíram pessoas de todas as idades.
No Dundo estavam também militantes e dirigentes do MPLA, idos de Luanda e doutras províncias que foram transmitir o seu calor e a sua experiência aos líderes partidários daquela província que elegeram o lema local “MPLA: O comboio da vitória” nesta empreitada que se espera renhida, embora o vencedor seja previsível, dada a elevada organização que demonstra e a quantidade e qualidade de meios colocados em prol da campanha que termina a 29 de Agosto corrente.
Kwata Kanawa, Rosa Cruz e Silva, Mankenda Ambroise, Pedro Mutindi, entre outros nomes, estiveram no comício que contou com a presença de músicos locais e outros idos de Luanda e Lunda Sul. Sandra Nha Katolo, Sandra Furikeno, DJ Sotão, Janeth, Sam Mangwana, Madruga Yoyo, Santos Católica, Xeketela e outros, subiram ao palco, entoando verdadeiros hinos à paz e/ou ao MPLA.
“Apelo ao respeito mútuo e a tolerância política. Temos que ser serenos para não reagir às provocações dos adversários”, recomendou Kwata Kanawa que discursou no acto.

sábado, agosto 04, 2012

DUNDO AO OLHO DUM "PRIMOVISITANTE"

Museu do Dundo
Cidade erguida sobre colinas, o que propicia uma drenagem pluvial natural para o vale do Luachimo, o Dundo conta com canais para  escoamento da água à parte baixa, com presença de bambus, que evitam o surgimento ou a progressão da erosão, dadas as características geo-morfológicas do solo e revelo.
Cada colina corresponde a um bairro periférico, estando a cidade do Dundo na colina-centro que tem a norte a vila de Chitato, município sede.
As casas são do estilo inglês do século IX, sendo na sua maioria vivendas e apenas tímidas edificações em sistema vertical que não passam os três pisos. Aliás, as novas edificações verticais vão descaracterizando, aqui e acolá, o estilo arquitectónico dominante, sendo que a cidade, em si, já reclama por uma conservação e reabilitação profunda dos seus equipamentos.
A histórica cidade do Dundo erguida pela DIAMANG é diferente da nova cidade (centralidade) do Dundo onde nascem grandes edifícios verticais.

O DUNDO, O GOVERNO E A ENDIAMA
Barragem do Luachimo
Projectada para servir de sede da companhia diamantes de Angola, DIAMANG, que tinha várias outras intendências em regiões onde se exploravam (exploram) diamantes, como o Kamissombo, Dundo é uma cidade fora do padrão arquitectónico português do Século IX.
E, como reza a história “A DIAMANG era como se de um país dentro doutro se tratasse”, assim também era/é a cidade do Dundo: Uma urbe inglesa dentro dum território (português à época) angolano, construída com autonomia de serviços técnicos, administrativos, sociais e culturais como: hospitais , museu, cinema, aeródromo, campos para a prática de futebol e outras modalidades, piscina, edifícios administrativos, telecomunicações, guest houses, etc., património sob tutela da máquina burocrática do governo, antigos funcionários da companhia de diamantes, empresas públicas e privadas.
Um dos debates hoje, à boca pequena, que os governantes e responsáveis da ENDIAMA (empresa herdeira do espólio da DIAMANG) não fazem em público é: Será que o Governo devolverá à Endiama o património por si ocupado, uma vez terminada a nova Cidade que se ergue à sul da actual urbe?
Olhando para a história, o Decreto Lei que em 1978 dividiu a província da Lunda em duas (Lunda Norte e Lunda Sul) dizia que a Lunda Norte teria a sua capital erguida em Lucapa, sendo Dundo sede provisória até à consumação daquele desiderato. Um sonho de Agostinho Neto que já não tem pernas para andar, uma vez que uma nova cidade está a nascer a pouco menos de 2 quilómetros a sul da histórica cidade do Dundo.
Nota de realce: Com canteiros de relva que lembram a inveja que provocava a outras urbes, Dundo tem semáforos para melhor orientar o transito e os "motoqueiros" demonstram conhecer as regras de trânsito, respeitando as passadeiras e as perdas de prioridade nos acessos principais.