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terça-feira, julho 22, 2014

FIDACAXA!

Estorvaram-me a prosa com o kamba de ofício. Nosso encontro foi inesperado.
Eu o imaginava em Katumbela e ele contava-me em Sawlimbu. Ali mesmo no chão do aeroporto, rua primeira de quem espreita o Kasekel, eu saído do cheiro e clima doutro mundo a apanhar balanço para nova vida na Ngwimbi, ele no intervalo duma acção de kudilonga, cruzamos, cara-a-cara. Se um fosse kilapeiro do outro não teria nem buraco pra se esconder.
-Epá! Confrade, não te imaginava aqui e plenamente hoje. Vieste em bumbas ou em turismo sobre rodas? - Metralhei-o, logo logo, com perguntas.
- Yá. Vim numa formação. É preciso nos aperfeiçoarmos. Estou já há umas semanitas. - Defendeu-se.
- Yá. Tenho lido o teu diário, mas pensava que fossem escritos buscados dum baú recente.
- Pelos vistos estás a chegar... tens novidades literárias?
Mal começamos a falar sobre um dos aspectos que nos tornam umbilicais, a escrita e as publicações para Novembro, quatro carros da patrulha conjunta, entre fiscais e policias, pararam repentinamente colados a nós, com os "comandos" a pularem por cima dos zungueiros de saldo e mawanas de sol. Parecia kitota nos tempos do mano Barbudo ou rusga do luz e tano Poeira quando encheu as cadeias pidescas de revoltosos tunda mindele.
O resto da prosa, depois de minutos de separação, porque cada um de nós (mais ele do que eu que ando kasimbado nestas guerras de fiscais contra vendedeiras) fugiu para sitio diferente e distante para escapar daquele "assalto", foi apenas um chau apressado com o coração em alta rotação.
- Fidacaxa dos fiscais! Com as zungueiras até parece que fizeram curso de pular, puxar, apanhar coisas esquecidas ou caídas na fuga e guarda-las rápido e de caxexe no carro. - Atirou o puto Sofrimento Moderno, também conhecido no aeroporto por SM, que obteve o contributo de um colega de desgraça:
- Yá. Tipo nada. Mwadyé distraído pensa que não houve nada. Tipo guerra relâmpago do Adolfo da Alemanha quando queria reino mundial de mil anos. Mas "lhe" saiu pela culatra.
 - A quem é que entregam as coisas kasumbuladas na rua? - Perguntou ainda uma mana, Belita nome dela, enquanto limpava a nova ferida do encontrão que teve com uma arca antiga de vender bebidas.
Resposta ninguém só lhe deu e vai ficar toda a vida com a raiva dela sempre que olhar para a cicatriz.
Os magalas a exibir banga, pareciam que treinaram comandos no Cabo Ledo para irem metralhar os carcamanos reaganistas-malanistas e seus  apaniguados mwangolês no Kwitu Kwanavale de 1987.
- Fidacaixa! Força deles é só com os zungueiros de cuecas, saldo, magoga, fio dental de mulher que quer já já e mawanas de sol. No tempo em que barbudo nos intimidava eram capazes até de andar com a cauda entre a muxaxala. Kambada de gregos! - Raiva de Miguelito era grande que nem mesmo o desabafo carregado de alguma malícia atenuou a força da pedra que aquela acção lhe calcou no coração.
Quem também lhes xingou, com todos os verbos, tempos e modos, foi Mariquinha que viu entornada a sua bancada de magoga e "bebe-me-deixa".
- Com grego igual não torram farinha. -Atirou. - Por que não vão ainda se medir capacidade com os gregos do Sambila, do México, do Sete e Meio, do Ngwanhã, dos Ossos, do Saber Andar, da Fubu e doutras bandas onde a policia é quem bate continência aos bandjus? Gregos de meia tigela, mazé pá! Quando o Barbudo nos ameaçou empurrar o comboio com os beiços andaram aonde? Me totolei só no pé!
E eu, repleto de vivências, mochila nas costas, pé no ngwimbu para soltar ao vento o que meus olhos viram e meus ouvidos registaram. Saí voado!

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